Conheci
Gabriela em 2013, quando fui sua professora no curso de psicologia da UFMS.
Depois nos reencontramos em outro contexto, por causa da literatura na
fronteira com a psicanálise. Gabriela bateu asas e voou com suas letras e aqui
está o resultado da poesia que corre em suas veias. Neste seu livro de estreia,
a menina desnuda a alma diante do leitor e mostra a grandiosidade do que há do
lado de dentro, desse avesso que tanto insiste. Os temas da dor de existir, do
ser mulher em um mundo que nos tenta colocar cerca, da loucura, do amor, da
paixão, dentre outros, estão presentes para capturar nossos olhos para além da
efêmera beleza daquilo que um dia, certamente, morrerá. O eu lírico deixa
turvamente claro, com seus gritos e paradoxos, que não há nada para além das
palavras, coisa nenhuma para além dos buracos que nos preenchem e das dúvidas
em que nos agarramos. A dúvida é sempre melhor do que a certeza – pressuposto
psicanalítico.
A poesia de Gabriela está toda
permeada pela psicanálise, o que talvez seja o motivo do convite para prefaciar
seu primeiro livro. Está tudo aqui: o inconsciente, a resistência, a latência,
a psicose, a suspensão das certezas, o desejo, as pulsões, a vida e a morte.
Mas tudo desenhado de uma forma tão sedutora que quem ler ficará imediatamente
envenenado e morrerá docemente, sem saber do quê. Foi assim, envenenada pela
poesia de Cecília Meireles, que conheci a psicanálise. Em muitos momentos as
palavras de Gabriela me lançaram de volta àqueles tempos, e o que me veio à
cabeça foi o poema Motivo: “Eu canto porque o instante existe e a minha vida
está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta”. Qual é o motivo do
poeta? O instante. Ele pode ser alegre ou triste, menina ou mulher, mulher ou
homem. Não há limites para a escrita. Parece que Gabriela descobriu na escrita
seu motivo, sua (des)razão e seu sentido. Tenho que concordar com ela de que
não há salvação a não ser quando nos agarramos com dentes e “unhas vermelhas”
nas palavras. A palavra corta a pele e tenta dar sentido ao que não pode dizer
nada.
Convido o leitor para entrar com os
dois pés nesse obscuro mundo das palavras que recobrem uma alma desnuda,
deixando-se seduzir pela beleza da poesia que vem da força de um grito
mudo.
Isloany
Machado
Psicanalista
e Escritora.
P. S.: Para quem tiver interesse em adquirir o livro, vejam o recado da autora:
"Oi, galera bonita! Hoje quero compartilhar com vocês uma realização minha. Estou prestes a publicar meu primeiro livro, que será recheado de poesias que falam sobre o amor, a loucura, a amizade, a mulher e também muita coisa sobre mim. Por esse motivo o nome do livro: Alma Desnuda. Pois me desnudo de maneira sutil e poética, entregando com delicadeza minhas experiências e sentimentos. O livro sairá por apenas 15 reais (+ taxas de entrega). Seria uma honra ter um pedaço da minha história com vocês! Para mais informações, mandem inbox ou me contatem pelo email: gabrielarichenaferreira@gmail.com
Em breve trarei mais informações!"
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