Outro dia, conversando com um amigo e
colega de profissão, ele me contou que estava em uma audiência pública em que
ouviu um severo ataque à Psicanálise, no que diz respeito às velhas questões “é
ou não é ciência?”, “qual sua eficácia a curto prazo?”, etc. Sem poder rebater da
forma que gostaria tal debate, estava ele muito chateado. Desde sua criação a
Psicanálise tem sofrido ataques desse tipo, ou piores. Então, dizendo isso para
meu marido, ele retruca, indignado: “E vocês não vão fazer nada???”.
Aqui você encontrará textos sobre psicanálise, literatura e meus escritos literários.
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Leia aqui o texto que inspirou o nome do Blog!

segunda-feira, 29 de setembro de 2014
domingo, 28 de setembro de 2014
Enfim 30
No último dia 15 de setembro fiz 30
anos. Mas eu não fiz 30 anos de repente, como nos filmes que retratam essa
passagem. Então, um belo dia se acorda e se está com 30 anos...ah, comigo não! Pra
falar a verdade, desde os 27 estava às voltas com a proximidade dos 30. Não era
medo, era a consciência de uma passagem. Mas passagem de onde pra onde? Isso que
eu não sabia. Quinze dias antes do aniversário comecei os processos
comemorativos. Fiz fotos de aniversário. Uma semana antes, dei continuidade aos
processos comemorativos indo festejar os 30 com meus familiares, que moram
longe. Como sempre fiquei longe deles, nunca tinha tido a oportunidade de
comemorar algo meu junto com os primos, as tias, etc.
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
Em busca do batom perdido
Faz um tempo estou às voltas com
maquiagens. Devo confessar que quanto a isso sou de lua. Tem épocas que tenho
vivo interesse e, de repente, um esvaziamento completo e tudo fica “nude”. Às
vezes me chateio por ser meio torta até mesmo com isso. Por que eu não posso
gostar e pronto? Fim de papo. Tenho que ficar avessando as coisas, pensando que
a palavra maquiar tem a ver com encobrir algo, quem sabe o real do corpo, quem
sabe faz parte da mascarada feminina, ai que saco. Meu marido já me disse
algumas vezes que eu devo ter sido uma adolescente insuportável. E eu era.
Talvez ainda seja.
terça-feira, 9 de setembro de 2014
De volta às origens
Queridos, essa semana não tem texto novo porque eu estava viajando. Fui pra casa da mãe comemorar a chegada dos 30 anos com a família e fui conhecer os alunos de uma escola municipal e outros de uma estadual que já conheciam meu blog. Vejam as fotos!!
terça-feira, 2 de setembro de 2014
Melhorias para o trânsito
Hoje fiquei emocionada como não ficava
desde que comecei a dirigir. Eu já havia desanimado, desistido da humanidade
nos corações das máquinas humanas sobre quatro rodas. Quase todos os dias
levando uma buzinada, meus ouvidos já estavam ficando calejados. Deixei as
unhas crescerem para me defender, caso haja luta corporal no meio da rua. Sem
querer comecei a mostrar os dentes para os meus amiguinhos no trânsito. Os
cabelos arrepiados como de um leão no meio da selva, assim estava eu. Primeiro
não conseguia respirar enquanto dirigia, depois não conseguia pensar, agora me
sinto no meio da selva móvel.
Hoje,
enquanto esperava o sinal ficar verde, o ser de cabeça corpo e rodas que estava
à minha frente furou o vermelho e foi embora. Vagarosamente fui chegando mais
perto da faixa de pedestres. Imediatamente, o cabeça corpo e rodas atrás de mim
deu uma buzinada, como quem diz: “anda sua pateta! O sinal já abriu, por que
não moveu esse seu traseiro metálico daí?”. Mas o sinal ainda estava vermelho,
então olhei pra trás e arreganhei os dentes, emiti um som talvez como: grrrrr.
De repende, uma mão saiu pela lateral do carro e fez um sinal de pedido de paz
seguido de um joinha. Virei pra frente.
No próximo semáforo, o
cabeça corpo braço e rodas parou ao meu lado. Ele me olhou nos olhos e disse:
“Desculpe, buzinei sem querer”. Eu disse: “Tudo bem, acontece”. Meu coração
ficou enternecido e, mesmo não acreditando que tenha sido sem querer, fiquei
emocionada porque foi a primeira vez em meses que alguém falou comigo no
trânsito. Eu olhei pro lado e descobri que os carros falam, não só buzinam, se
batem e xingam, mas falam! O mundo ficou colorido de novo. E comecei a
acreditar em algumas melhorias pro trânsito. Pensei que poderíamos inventar
formas de nos comunicarmos para além das buzinadas, sinais de luz, joinhas.
Francamente, isso é muito pobre.
Vejam, quando alguém
está bravo, dá uma buzinada longa. Quando quer alertar, duas buzinadinhas
curtinhas. Quando quer que o outro ande logo que o semáforo já abriu, uma
buzinada média. Com os sinais de luz é mais pobre ainda. Pra tudo se dá duas
piscadinhas de farol alto: vá amigo, pode fazer seu cruzamento que eu espero.
Amigo, fica esperto que tem polícia logo à frente. Amigo, seu farol está
apagado. Amigo, espera aí que eu tô passando. Amigo, abaixa aí esse farol que
eu tô quase cego, seu filho da mãe! Enfim, fico perdida. Não consigo
decodificar. A única coisa que consigo fazer quando me dão duas piscadinhas é,
como um bicho, erguer as orelhas.
Outra melhoria que
pensei para o trânsito tem a ver com as tecnologias. Em todos os semáforos, as
pessoas ficam paradas e mexendo no smartfone. A gente sempre acha que as coisas
como estão são ruins e que não podem piorar. Me explico. Antes de inventarem os
smartfones com seus aplicativos de bate-papo, uma época em que eu não dirigia
ainda, lembro que enquanto as pessoas esperavam o sinal abrir, ficavam tirando
meleca do nariz. Eu achava nojento, mas era melhor isso do que ter um índice
tão alto de acidentes e brigas no trânsito por causa do Whatsapp. Parece que as
pessoas eram mais bocós com seus dedões enfiados nos narizes, mas causavam
menos acidentes. Algumas mulheres, finas e educadas, aproveitam o tempo no
semáforo para retocar a maquiagem. Eu aproveito o tempo pra pensar bobeira. Ai
que tempo precioso!
Isloany
Machado, 15 de agosto de 2014.
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